"(...)Do meu pai não sei o nome; disseram-me que se chamava Deus, mas o nome não me dá a ideia de nada. Às vezes, na noite, quando me sinto só, chamo por ele e choro, e faço-me uma ideia a que possa amar...Mas depois penso que não conheço, que talvez ele não seja assim, que talvez não seja nunca esse o pai da minha alma...
Quando acabará isto tudo, estas ruas onde arrasto a minha miséria, e estes degraus onde encolho o meu frio e sinto as mãos da noite entre os meus farrapos?Se um dia Deus me viesse buscar e me levasse para sua casa e me desse calor e afeição...Às vezes penso e choro com alegria a pensar que posso pensar...Mas o vento arrata-se pela rua fora e as folhas caem no passeio...Ergo os olhos e vejo as estrelas que não tem sentido nenhum..."
Bernardo Soares (Livro do Desassossego)Não vejo a hora de toda esta agonia, medo, pânico e choro acabararem. Quando é que vou ter a tranquilidade e segurança que tanto preciso e tanto me acalma?
2 comentários:
Um Carvalho verga, mas não parte.
Força ;)
Obrigada por me relembrares Renata ;)
Beijinho
Enviar um comentário