sábado, 30 de agosto de 2008

=)

Ás vezes construimos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa e acabamos por descobrir que grandes mesmo eram os sonhos. As pessoas eram pequenas demais para os tornar reais.

"Avisa-me quando alguém te ignorar, assim como fizeste comigo, avisa-me quando te magoares muito com alguém, e sentires que foste usado. Pode demorar muito tempo para isso acontecer, não importa se já formos idosos, se morarmos um em cada país, procura ate me encontrares, porque se um dia leres isto, entre nós terá tudo terminado. Avisa-me também quando for o dia mais feliz da tua vida, talvez eu possa estar nele, talvez não presente, mas no teu pensamento. Procura-me no dia em que te sentires sozinho, no dia em que os teus amigos estiverem casados e a fazer algo em que tu não estejas presente, nem serás avisado que esse dia existe. Avisa-me no dia em que o teu telemóvel não tocar, no dia que o teu amor não te enviará nem uma mísera mensagem de “boa noite”, e tu ficarás a olhar incessantemente para o telemóvel e ele não vai tocar, nem por um instante do dia ou da noite. Vou querer saber quando conheceres o teu verdadeiro amor, aquele para a vida toda, quem sabe posso te possa dar algumas dicas de como não magoa-lo, como trata-lo e todos os sinais que ele está a ignorar-te. Senti isso na pele, senti dores horríveis no peito, uma angustia incontrolável e um vazio no coração sem oportunidade de ser novamente habitado, mas não te preocupes, isto passa. Nem sei se me arrependo dos momentos que passamos juntos. Lamento. Por varias vezes senti medo de te perder, mas como podia perder alguém que eu nunca tive…

Um dia vais sentir o que estou a sentir, acontece a todos,e aí saberás o que é esperar por alguém que não aparece."

terça-feira, 5 de agosto de 2008

essenciais =))

Nem tudo corre como sempre quero.

Nao tenho a familia perfeita, mas gosto dela como ela é. Tenho pena de nao ter a coragem de conseguir dizer o que penso, o que sofro. Guardo para mim e sofro sozinha. Se tiver que chorar, choro, sozinha, mas choro. Chorar sempre me liberta, sempre que choro lembro-me que nao sou de ferro, lembro-me que nao sou a pessoa que demonstro ser..sou eu mesma.

Choro, sofro, liberto os meus medos. Chorar faz-me bem. Gosto de chorar porque depois tudo passa por momentos.



Sou feliz, nunca o deixei de ser. Tento sempre tirar liçoes das coisas que me aconteceram. As vezes gostava de me mostrar como realmente sou. Gostava de me dar mais as pessoas. Mas tenho medo, e fecho-me na minha concha. A minha concha que é o meu mundo.



Nao tenho o amor que quero. Ou melhor de quem eu quero. Mas sou feliz e tento pensar "Se nao aconteceu é porque nao tinha que acontecer. Se feliz na mesma". Gostava de ter um amor quase perfeito. Mas sou feliz.



Nao tenho mais amigos como gostaria. Mas os poucos que tenho, acho e espero que nunca me faltem. Tenho amigos, conhecidos, pessoas com quem simpatizo, e os melhores amigos.



Gostava de ter coragem de dizer que os AMO. Que Amo a minha Mãe, que é a melhor do Mundo. E nao é uma frase banal. É linda, sempre esteve lá para mim, desculpa-me pelos erros que cometo, da-me liçoes de vida. So quero que ela seja feliz.

Amo o Pai apesar de todos os erros que possa ter cometido, apesar de pensar que me deva um pedido de desculpas. Mas é meu pai.

Amo os meus irmãos, mesmo que me deem raspanetes, mesmo zanguem comigo, Amo-os do meu coraçao. Amo porque sao meus irmaos e querem o melhor para mim.

Amo os meus amigos porque choram e dao gargalhadas comigo, porque me fazem sentir bem comigo mesma.



Amo-me apesar de nem sempre ser positiva. Amo-me por nao ter tudo o quero. Amo-me porque nunca me faltou nada. Amo-me porque tenho sempre com quem contar.



Gostava de ter coragem para vos dizer que Amo e que nunca vos esquecerei.



Peço a Deus que estejam perto dentro de mim porque vos Amo e porque me sao Essenciais. Sem voces a minha vida nao tinha a minima graça.





Sou feliz e amo as pessoas que me fazem bem.







Obrigada por existirem =))

sexta-feira, 4 de julho de 2008

amoroso esquecimento

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Mário Quintana

quarta-feira, 18 de junho de 2008

naufrágio

Afinal preciso lutar, mas com a certeza,
De nunca mais me enganar,
Nunca mais voltar a amar,
Para nunca mais naufragar...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

a um ausente

"Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescênciade viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o acto sem continuação, o acto em si,
o acto que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste. "

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 13 de abril de 2008

Pablo Neruda [adaptado]

Morre lentamente quem não viaja
. sendo que as unicas viagens duram cerca de 30 minutos, entao estou a morrer

Quem não lê,
. sendo que estou há mais de um ano para acabar um livro, entao estou a morrer

Quem não ouve música,
. sendo que a musica que eu oiço nao me faz crescer mentalmente, entao estou a morrer

Quem não encontra graça em si mesmo.
. sendo que nao me acho nada de especial, entao estou a morrer

Morre lentamente,
Quem destrói seu amor próprio,
. sendo que nunca tive muito, entao estou a morrer

Quem não se deixa ajudar.
.sendo que sempre disse que nunca precisei de ninguem, entao estou a morrer

Morre lentamente,
Quem se transforma em escravo do hábito,
Repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
.sendo que nao tenho coragem de arriscar em ir por sitios que nao conheco, entao estou a morrer

Quem não muda de marca,
.sendo que sou extremamente teimosa para mudar qualquer coisa que seja, entao estou a morrer

Não se arrisca a vestir uma nova cor,
. sendo que nao posso vestir uma cor qualquer porque ela pode nao me favorecer, entao estou a morrer

Ou não conversa com quem não conhece.
. sendo que so converso com quem nao conheco quando já nao estou no meu estado normal, entao estou a morrer

Morre lentamente,
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
Justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
E os corações aos tropeços.
.sendo que estou desde há muito tempo sem acreditar no amor e todos os sentimentos estupidos que traz com ele, entao estou a morrer

Morre lentamente,
Quem não vira a mesa quando está infeliz,
Com o seu trabalho, ou amor,
.sendo que nunca irei ir virar a mesa porque terei que limpar tudo o que deitei ao chao, entao estou a morrer

Quem não arrisca o certo pelo incerto,
Para ir atrás de um sonho,
.sendo que tenho em mim uma preguiça enorme que nao me deixa ir atras de nada, esperando sempre que as coisas venham ate mim, entao estou a morrer

Quem não se permite,
Pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos…
.sendo que nenhum dos conselhos que me dao parecem resultar, entao estou a morrer




Contudo, o que vale é que estou a morrer mas...

é lentamente.

sábado, 5 de abril de 2008

fernando pessoa

Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço,
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não ?

Não sei.
Mas lembro
E sinto ainda
Qualquer memória
Fixa e corpórea
Onde pousaste
A mão que teve
Qualquer sentido
Incompreendido.
Mas tão de leve !...

Tudo isto é nada,
Mas numa estrada
Como é a vida
Há muita coisa
Incompreendida...

Sei eu se quando
A tua mão
Senti pousando
'Sobre o meu braço,
E um pouco, um pouco,
No coração,
Não houve um ritmo
Novo no espaço ?

Como se tu,
Sem o querer,
Em mim tocasses
Para dizer
Qualquer mistério,
Súbito e etéreo,
Que nem soubesses
Que tinha ser.

Assim a brisa
Nos ramos diz
Sem o saber
Uma imprecisa
Coisa feliz.